Em um mercado que muda rapidamente, a pressão por inovação é grande. O intraempreendedorismo se tornou essencial para o crescimento.
Mais do que gerar ideias internas, ele pode fazer da inovação uma competência distribuída e essencial em todas as áreas da organização.
O que é intraempreendedorismo (de verdade)?
Intraempreendedorismo não é só sobre dar voz às sugestões dos colaboradores. É criar condições para que eles atuem como empreendedores dentro da empresa: com autonomia, recursos e apoio político. O objetivo? Gerar novas fontes de valor e inovação em produtos, serviços e processos.
Estudos já mostraram que CEOs que priorizam a construção de novos negócios internos estão à frente das transformações mais relevantes de seus setores.
Empresas líderes entendem o intraempreendedorismo como uma disciplina estratégica, e não como ações isoladas.
Elas integram a inovação ao propósito e aos processos, indo além de hackathons pontuais e tempos livres. Nesses ambientes, inovar faz parte da cultura, e os funcionários viram protagonistas na busca por novas oportunidades.
A evolução do intraempreendedorismo nas empresas
Mais de 80% dos executivos veem a inovação como uma das três principais prioridades da empresa, mas menos de 10% estão satisfeitos com os resultados obtidos.
O motivo principal? Falta de estratégia clara.
As empresas de alto desempenho se destacam porque conectam a estratégia de inovação à estratégia corporativa e criam sistemas para executar ideias com foco.
Essas empresas também diversificam sua atuação: investem em inovação tanto dentro quanto fora do core business, exploram novos mercados e setores. Isso permite que protejam sua posição atual enquanto testam novas frentes de crescimento. Assim, o intraempreendedorismo se transforma num processo contínuo, com estrutura, métricas e apoio executivo – e não apenas em boas intenções.
Da intenção à estrutura: como fomentar o intraempreendedorismo
Para que o intraempreendedorismo funcione na prática, é preciso criar estruturas e condições reais:
- Modelos de governança flexíveis, que permitem experimentação com risco calculado
- Recursos dedicados, mesmo em ambientes de corte de custos
- Liderança de apoio, que atua como “patrocinadores”, não “barreiras”
- KPIs adequados, que valorizem aprendizado e impacto estratégico, não apenas retorno imediato
Apesar de 89% das grandes empresas já possuírem programas formais, só 42% geram valor de forma consistente. A diferença está no alinhamento entre discurso e prática.
Forças que impulsionam o intraempreendedorismo em 2025
Em 2025, mudanças rápidas em tecnologia, sociedade e meio ambiente exigirão inovação constante. Nesse cenário, o intraempreendedorismo ganha ainda mais relevância como ferramenta de adaptação e inovação contínua.
Os colaboradores que assumem papéis empreendedores dentro das organizações serão fundamentais para enfrentar os desafios emergentes e transformar tendências em oportunidades estratégicas.
- Inteligência artificial: Com a IA revolucionando o mercado de trabalho, cerca de 40% dos colaboradores necessitarão de requalificação. Para os intraempreendedores, isso é oportunidade e desafio: a IA pode acelerar protótipos, análises de dados e automação, potencializando a inovação. Mas a empresa precisa investir em capacitação e garantir um uso ético e estratégico da tecnologia. Intraempreendedores podem liderar essa adaptação.
- Sustentabilidade: Com 38% dos líderes globais, vendo a sustentabilidade como uma mudança importante, a demanda por novas soluções cresce. Essas soluções vão além das práticas tradicionais. A maioria dos desafios ambientais e sociais exige abordagens inéditas – e é nesse espaço que os intraempreendedores brilham. Eles lideram iniciativas como modelos de negócio baseados em economia circular, soluções de baixo carbono, programas de impacto social e reengenharia de processos com foco em eficiência energética. Essas ações não apenas reduzem impactos negativos, mas criam valor para o negócio e a sociedade.
- Novos perfis de talento: Gerações Y e Z buscam propósito, aprendizado e autonomia. Ambientes burocráticos afastam esses profissionais. Intraempreendedorismo, quando incentivado, aumenta engajamento, produtividade e retenção. Além disso, programas de inovação interna funcionam como trilhas de desenvolvimento de liderança, visão de negócio e resiliência.
Boas práticas para implementar o intraempreendedorismo
Cultivar uma cultura de inovação não acontece por acaso – exige intenção, consistência e estratégia.
É um processo que envolve desde a definição clara de propósito e apoio da liderança até a criação de mecanismos concretos que sustentem e viabilizem ideias internas.
Entre as boas práticas observadas em empresas que inovam com consistência, então:
- Tenha uma visão clara e conectada à estratégia: colaboradores se engajam mais quando entendem o “porquê” da inovação.
- Liderança que dá o exemplo: líderes acessíveis, que escutam e apoiam ideias, inspiram o comportamento intraempreendedor.
- Menos burocracia: crie caminhos rápidos para testar ideias, reduza barreiras e incentive times multifuncionais.
- Plataformas de apoio: bootcamps, hackathons recorrentes, editais internos e laboratórios de protótipos são bons exemplos. É importante que o colaborador saiba que há um caminho claro da ideia à execução.
- Incentivos e segurança para inovar: valorize quem tenta algo novo, mesmo que falhe. Ofereça prêmios, reconhecimento e um ambiente seguro para experimentar.
Ao aplicar essas práticas, a inovação deixa de depender de sorte e se torna parte do funcionamento da empresa.
Intraempreendorismo no mercado
Grandes empresas vêm adotando o intraempreendedorismo como parte central de sua estratégia de inovação. Programas internos bem estruturados têm revelado talentos, gerado novos negócios e fortalecido a competitividade de grandes organizações.
Veja a seguir alguns exemplos práticos de como isso acontece:
- Nestlé: O programa global InGenius permite que qualquer funcionário envie ideias de inovação. Um case de sucesso é o Fast & Green, proposta de um colaborador que criou uma solução para entregas sustentáveis usando bicicletas para distribuir cápsulas Nespresso. O projeto reduziu a pegada de carbono e melhorou a logística urbana da empresa.
- Ambev: Por meio da plataforma 100+ Labs, a Ambev conecta colaboradores com startups para resolver desafios reais da empresa. Um exemplo é o programa Além, que redesenhou o sistema logístico com foco em sustentabilidade, resultando em novas parcerias e soluções implementadas com 22 startups.
- Scania: Na Innovation Factory, colaboradores têm autonomia e recursos para testar suas ideias em um ambiente de inovação controlado. Um dos destaques é o Elain, uma ferramenta digital para monitoramento de emissões de carbono, que evoluiu de um projeto interno para uma nova linha de negócio, reforçando o compromisso ambiental da Scania.
Na The Bakery, ajudamos empresas a transformar ideias dos próprios colaboradores em soluções reais. Criamos programas completos de intraempreendedorismo que ajudam a identificar desafios, testar ideias e gerar resultados. Além disso, fortalecemos a cultura de inovação e aumentamos o engajamento dos times.
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